Enfermidades

Raiva Bovina

A raiva é uma doença infecciosa e aguda que ataca todas as espécies animais, inclusive o homem, de curso mortal e caracterizada por transtornos da consciência, transmitida, principalmente, pela mordedura de cães e morcegos hematófagos. Ocorre em quase todos os países do mundo.
Formas de contágio:
A infecção é produzida por um vírus filtrável que tem predileção pelo sistema nervoso. Este vírus é encontrado na saliva, no sistema nervoso central, na medula espinhal, no baço, no fígado, no rim e no pulmão do animal raivoso. O principal transmissor da raiva bovina é o morcego Desmodus rotundus, que é hematófago e vive nas cavernas das pedreiras, nas casas abandonadas, nos troncos ocos, etc. É necessário fazer a diferenciação deste morcego com as espécies úteis ao homem. Os cães também podem transmitir a raiva aos bovinos pela mordedura. A hidrofobia pode ser transmitida, também, pela simples deposição da saliva virulenta sobre uma ferida ou mesmo sobre uma escarificação da pele ou da mucosa. Assim, a transmissão pode dar-se pelos alimentos e pela água, porque o vírus penetra por qualquer lesão do aparelho digestório.
Sintomas:
O período de incubação está na dependência de vários fatores: via de penetração, inervação rica ou pobre da região da mordedura, virulência e quantidade do vírus inoculado, etc. Nos bovinos esse período pode chegar até 3 meses. Quanto aos sintomas podemos distinguir dois tipos de raiva nos bovinos: furiosa e paralítica. Os bovinos com raiva do tipo furioso apresentam-se agitados e agressivos, podendo investir contra o homem e contra outros animais. Lambem e mordem, quando possível, o local da mordedura. A salivação é abundante. Não comem, não apresentam ruminação e o timpanismo aparece com freqüência. Em muitos casos, mugem roucamente. Com a progressão do curso, ocorre enfraquecimento, paralisia e morte. A raiva paralítica é a mais comum nos bovinos. Nesta, os animais apresentam abatimento, tristeza, falta de apetite, salivação abundante pelos cantos da boca, ranger de dentes, andar cambaleante, tremores musculares e paralisia, principalmente dos membros posteriores. Depois de alguns dias ocorre a morte.
Controle e prevenção:
1 .Combate aos morcegos hematófagos, queimando as árvores ocas onde eles vivem e capturando-os com redes.
2 .Vacinação dos bovinos nas regiões onde ocorre a raiva.
Diagnóstico:
O diagnóstico clínico é feito baseado nos sintomas e deve ser realizado com o máximo cuidado. Muito necessário é o envio de material para o laboratório, pois o diagnóstico precisa ser confirmado. A coleta de material deve ser realizada com todo o cuidado, sendo indispensável o uso de luvas. Deve-se colher o cérebro do animal suspeito e colocá-lo em um vidro de boca larga contendo glicerina e enviá-lo no gelo para o laboratório. Podem ser enviados, também em glicerina e perfeitamente refrigerados, pedaços de fígado ou de baço e saliva. No diagnóstico diferencial devem ser considerados o envenenamento por chumbo, formas graves de acetonemia e botulismo.